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  • Louvre pela Janela

    Se tem algo que eu realmente curto no Louvre, é a paisagem pela janela.. Não importa o corredor, andar que você está, a vista vai ser sempre deslumbrante..

  • 100 Anos da Enchente de Paris

    Há apenas cem anos, grande parte da cidade ficou debaixo d'àgua por mais de uma semana, no final de Janeiro, inicio de Fevereiro.. A "Cidade Luz" não só foi inundada, mas mergulhou nas trevas e paralisou.. Eletricidade, água, coleta de lixo, tudo foi atingido..

  • Capela Real de Dreux

    Erguido em 1816 no local da antiga fortaleza dos Condes de Dreux, a Capela Real, "alargada" em 1840 pelo futuro rei da França, Louis Philippe, abriga os túmulos da família de Bourbon-Orleans.. Mais do que um simples túmulo, é um trabalho completo de arte para a glória do monarca..

  • Finalmente Nevou

    Uma das minhas grandes alegrias tem nome.. e ela se chama: NEVE.. é até um pouco ridículo falar, mas AMO qualquer floquinho que cai, e curto muito mesmo..

  • 25 de nov. de 2010

    ☆ Os "quase" 101 anos da Grande Enchente de Paris ☆

    Posted by Martinha On 19:59 2 comments

    Há apenas cem anos, grande parte da cidade ficou debaixo d'àgua por mais de uma semana, no final de Janeiro, inicio de Fevereiro..

    Uma exposição na Biblioteca Histórica da Cidade de Paris recorda recordou o evento que na época foi amplamente divulgado..  A magnitude do desastre, mas também fotografias, postais, jornais de circulação geral ilustrado com fotografias e cinejornais, ajudou a escrever a enchente de 1910 em memória coletiva.. Mais de duas centenas de trabalhos, a maioria inéditas, são foram apresentados ao público até 28 de Março..

    O início do que foi uma semana com "terríveis condições de mau tempo" veio logo após um verão especialmente chuvoso (1909), e deu lugar à um inverno marcado por fortes chuvas e nevascas pesadas que saturaram a terra e elevaram o nível do Sena.. Não tenho como descrever a magnitude do que foi.. se eu não tivesse visto as fotos, e alguns vídeos (todos os canais já começaram a apresentar especiais sobre os 100 anos) talvez não acreditasse.. As fortes chuvas começaram no dia  18 de Janeiro  provocando inundações do rio e seus afluentes, abrangendo a área de Paris, onde o nível do rio Sena subiu 8,50m (28 de Janeiro)..
    A enchente de 1910 é a segunda maior depois de 1658, que atingiu 8,81 m..
    "Mas pela primeira vez, temos sido capazes de manter a memoria graças aos impressionantes avanços tecnológicos em fotografia e filme.. A água tomou conta da moderna rede de esgotos e túneis dos metrôs em construção, em particular, a linha norte-sul, e seguiu um braço antigo abaixo do Sena, que remonta a Gare Saint - Lázare, um verdadeiro lago que se formou nesta estação, mas mesmo assim longe do Sena.. Quanto às estações ao longo da Orsay e Invalides, elas estavam completamente inundadas.. A água subiu muito alto na Gare d'Orsay, a tal ponto que uma locomotiva e seus carros ficaram completamente submersas.." disse Emmanuelle Toulet, chefe da Biblioteca Histórica da Cidade de Paris e organizadora da exposição..
     
    Gare de Invalides

    A "Cidade Luz" não só foi inundada, mas mergulhou nas trevas e paralisou.. Eletricidade, água, coleta de lixo, tudo foi atingido.. Transportes foi interrompido, e Paris  era considerada  a cidades melhor estruturada do mundo nesta área, com cinco linhas de metro e quatro em construção; e uma rede ferroviária ligando a província inteira..

    Os transportes fluviais, enquanto ativos, também estavam interrompidos.. Barcaças e barcos ficaram presos entre as duas pontes por mais de um mês.. Enquanto  isso a propagação da água ao longo de doze "arrondissement", fazia Paris parecer Veneza.. As fotos falam por si: calçada esburacada, o solo, literalmente, desabou como o Boulevard Haussmann e Rue Saint Honoré, o Boulevard Saint-Germain se tornou um canal, a Gare de Lyon e o Boulevard Diderot completamente cobertos pela água..
    "A Paris jamais vista" foi fotografada extensivamente tanto por amadores - alguns álbuns podem ser vistos na exposição, são profissionais de todo o mundo..  na sua grande maioria são fotógrafos americanos e britânicos..

    No total, mais de cem fotografias são expostas, mas o interessante mesmo são os mais de 5.000 cartões postais.. A grande maioria dos "documentos" pertence à Biblioteca Histórica da Cidade de Paris e foram recuperados de agências de noticias da época..
    Há também vídeos - um Inglês e um francês - apresentados na fase final da exposição e dão vida às cenas estáticas a partir das fotografias: parisienses caminhando sobre as calçadas ou esperando o barco para atravessar a rua, barcos oficial da Marinha Berton..
    Os pintores também foram às ruas com seus cavaletes e nos deixaram belíssimas pinturas da inundação: um barco encalhado Boulevard Haussmann, ou o belo design das ruas inundadas de Lyon com a fila para embarcar em um barco..
    O barco virou o transporte comum, e algumas fotos mostram jangadas bastante incomum, feito de tábuas e grades..
    Mas as cheias também têm destaque na idéia de que o Estado deve apoiar os cidadãos e esta foi a primeira vez que o dever de assistência foi posto em prática pelo governo..
    Assim, Jean-Jaurès escreveu 28 de Janeiro no L'Humanité:
    "Uma sociedade onde os cidadãos são os elementos, portanto, a critério é como uma casa sem telhado".
    O declínio das águas começa à partir de 28 de Janeiro, mas a mobilização continua, pois ainda é necessário evacuar a água que é bombeada e rejeitada no Sena e, especialmente, sobre as medidas sanitárias tomadas para evitar o risco de contaminação.. A memoria da última epidemia de colera em 1886 ainda estava viva .. Foram destribuidos desinfetantes e anúncios  de marcas de produtos para limpar a água porque o sistema de água potável estava contaminada..

    Muitas fotografias mostram os parisienses no processo de lavagem das paredes para se livrar da lama.. Por vários meses, os restos de cerca de 80.000 caves inundadas ou lojas lotavam as ruas de Paris.. As estradas foram danificadas consideravelmente, todas as ruas afetadas foram totalmente refeitas.. Monumentos e edifícios que sofreram: a Capela Santa Escola de Belas Artes, o Instituto de França.. E o mais incrível, na enchente teve apenas uma morte - um jovem que tinha feito um barco e  se afogou, foi varrido pelas águas - teve cerca de 200.000 desabrigados.. Em Paris e arredores, essencialmente, uma bacia na confluência de três rios, a inundação causou um número estimado de € 1,6 bilhão em prejuízos, em euros hoje.
     
    Mapa com as áreas atingidas
    A exposição evoca rapidamente o que foi feito para evitar novas inundações graves, incluindo reservatoriosMairies de Paris dando cursos preventivos à tragédia.. Falam tanto à respeito na televisão, que as pessoas estão fazendo um drama 20x maior que a gripe..
    Símbolo da marca de onde a água chegou continuam sendo lembrados até hoje, "1910" é pintada à mão, gravada ou cravada em fachadas e  nas pedras ao longo das margens do Rio Sena..

    24 rue Pavée
    (4e ) -  Tél. : 01 44 59 29 40
    Fax: 01 42 74 03 16

    Quanto à situação atual, o Pavillon de l’Eau (o mesmo da expo do Bob Esponja) está estava fazendo uma exposição mais técnica e cientifica dos dispositivos de prevenção.. A dimensão estética "do dilúvio como uma fonte de inspiração" também é mencionada, inclusive as fotomontagens de Herve Bernard imaginando Paris contemporânea tomadas pela água.. que me desculpem, mas é genial.. pelas poucas que vi.. Começou  20 de Janeiro e vai foi até 17 de Abril..
    .
    .A enchente de 1910 também é foi noticia no Louvre des Antiquaires, com exibições de jornais da época, através de uma das primeiras "edições especiais" que combina a reprodução de fotos e textos.. A exposição vai foi até 7 de março..

    Modernos dias parisienses, contemplando as fotografias antes de passar em ruas idênticas, como iriamos reagir??  Há o sentimento irritante em ver aquelas mulheres "transportando" todos aqueles vestidos, e os homens, invariavelmente, chapéu e bigode, eram muito mais duros do que nos.. Conveniências modernas ainda eram novidade e os parisienses da época haviam vivido sem elas a maioria de suas vidas..

    Telefones ainda eram escassos.. A eletricidade foi um novo luxo que apenas alguns "assinantes" desfrutavam.. Domicílios tinham estoques de carvão para aquecimento.. Como eles seriam hoje?? as redes de transporte público, os metros, inundados.. Mas em 1910, ainda havia 75.000 cavalos em Paris.. Eles foram postos em serviço, arduamente.. Contudo, mesmo assim, como o repórter do Le Figaro Georges Cain observa em um testemunho ocular em exposição na Galerie des Bibliothèques:
    "Aqui estamos nos, voltou no tempo de 20 anos.. Sem eletricidade, sem elevadores, sem telefones e parece insuportável para nos..  Imagine voltar no tempo 120 anos.. Aqui, 1910 não é água debaixo da ponte, é um barómetro para o futuro."
    Para mais Fotos:
    Paris sous les eaux Um otimo comparativo de 1910 - 2006
    [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=nBwTTYzxHpk]

    ** Originalmente Publicado em: 21 de janeiro de 2010 às 20:07

    2 pitacos:

    A bela cidade de Nápoles também está paralisada. Foi uma inundação diferente da de Paris: foi uma inundação política e administrativa; tem lixo por toda parte. :/

    Belas fotos :)

    [acabei de atualizar o link]

    Ótima postagem, rica em informações! Gostei muito das fotografias. Abraços azuis.

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